O “caminho do meio” é um dos pilares do budismo, o eixo do homem é encontrado no ponto equidistante entre o fácil e o difícil, o superficial e o profundo, vida e morte, o prazer e a dor.
Quem busca extremos corre o risco de passar da virtude à perdição, pois inclusive como adverte Nietzsche, já que as paixões costumam levar a ações desmedidas.
Encontrar o equilíbrio no momento de agir não significa ter medo nem falta de iniciativa, mas alcançar um horizonte suficientemente amplo para entender que a verdade – e, o que é ainda mais importante, a conveniência – nunca será encontrada nas posturas radicais.
Viver nos extremos indica antes de tudo, incapacidade para conviver com posições opostas e sobretudo sempre ter apenas uma visão da vida, a visão do extremo na qual nos encontramos.
Como disse Aristóteles: “A virtude consiste em saber encontrar o meio-termo entre dois extremos.”
No budismo tambem conhecemos o caminho do meio como o nobre caminho óctuplo, pois é regido por oito práticas:
- Compreensão correta: Conhecer as Quatro Nobres Verdades de maneira a entender as coisas como elas realmente são, e com isso gerar uma motivação de querer se liberar de dukkha e ajudar os outros seres a fazerem o mesmo.
- Pensamento correto: Desenvolver as nobres qualidades da bondade amorosa, não tendo má vontade em relação aos outros, não querendo causar o mal (nem em pensamento), não ser avarento, e em suma, não ser egoísta.
- Fala correta: Abster-se de mentir, falar em vão, usar palavras ásperas ou caluniosas, e ao invés disso, falar a verdade, ter uma fala construtiva, harmoniosa, conciliadora.
- Ação correta: Promover a vida, praticar a generosidade e não causar o sofrimento através de práticas moralistas.
- Meio de vida correto: Compreender e respeitar o próprio corpo, olhar os outros com amor, compaixão, alegria e equanimidade, que são as quatro qualidades incomensuráveis, e na prática do dia-a-dia, praticar os seis paramitas da generosidade, ética, paz, esforço, concentração e sabedoria. Também inclui ter uma profissão que não esteja em desacordo com os princípios.
- Esforço correto: Praticar autodisciplina para obter a quietude e atenção da mente, de maneira a evitar estados de mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.
- Atenção correta: Desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos insanos, através da contemplação da natureza verdadeira de todas as coisas.
- Concentração correta: A partir da concentração, a mente entra em estado contemplativo e em seguida vem o nirvana.
O símbolo Dharmachakra (roda do Dharma) é representado como uma roda de biga (Sânscrito cakram) com oito raios.
É o símbolo budista mais antigo conhecido encontrado na arte indiana, surgindo com a primeira iconografia pós-Harappa sobrevivente no tempo do rei Budista Ashoka.
O Dharmachakra tem sido usado por todas as nações budistas como um símbolo a partir de então. Na sua forma mais simples, o Dharmachakra é reconhecido globalmente como um símbolo do Budismo que encerra o resumo de todos os ensinamentos do Buda.
Os raios representam o Nobre Caminho Óctuplo.
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